Navego sem destino, guiada por uma lua branca em noite escura. Seguindo caminhos desertos traçados pelas marés de uma ausência que traz saudade…
Levada pelas ondas tranquilas de um mar que se fez lago para me embalar, deixo-me envolver pelo silêncio em tua voz…
A escuridão envolve meu sonho e apenas a alma que se veste de dor, segue procurando a luz de um olhar que se faz mar, fixo no horizonte… Esperando calmamente pelo farol que trará de novo a claridade. Sigo suavemente pelos sentidos que um dia se fizeram ternura, nas águas salgadas de lágrimas caídas…
Esta noite, em que as estrelas se apagaram sinto-me de novo perdida. Já não há sonho, nem vontades, apenas um desalento…uma ilusão que se acaba…
Navego sozinha, sem amarras e sem porto de abrigo onde descansar…
Rumo ao infinito onde não existe mais nada, nem sorriso, nem dor…apenas vazio…
Alma, pequeno barco perdido na noite infinita, deixa cair tua ancora, e sossega teu coração no mar do esquecimento…