Uma lágrima desliza pelo rosto e morre nos lábios deixando o sabor de um beijo que ficou preso no tempo. Nos lábios onde se deita, salgada e húmida , inventa as palavras que ficaram por dizer... palavras que nascem num murmúrio e que a brisa de Outono leva junto com as folhas caídas de uma vida. Vida que hoje se faz mais triste...
Uma lágrima cai silenciosa, trazendo a memoria, saudades de momentos partilhados, de instantes que não voltam mais. Lugares de magia que o pensamento teimou em me levar tantas vezes. Caminhos que se fizeram sonhos nas noites sem dormir e nova esperança nos dias que amanheceram, com a certeza de um sorriso...
Uma lágrima nasce na alma e se faz lago em meus olhos. Nasce num turbilhão de emoções que se vão atropelando no coração. Mistura-se no sangue que me dá vida e torna assim um pouco mais vazia, um pouco mais só a alma que sonhou...
Chora alma minha e deixa que as gotas de chuva que caiem de teus olhos, sejam apenas despedidas de penas e magoas que o Outono cismou em fazer voar ao vento...
Chora alma pequena para que amanhã possa nascer de novo um sonho...
Uma lágrima desliza silenciosa e morre em meus lábios num até já infinito...