Dispo a alma dos sorrisos que a enfeitaram e esqueço os arco-íris que trouxeram as cores claras de um dia de sol, escrito nas palavras que se soltaram…
Solto o cabelo onde os raios de sol brincaram e volto a penteá-lo de estrelas e luares, num céu de escuridão onde me perdi…
Deixo a melancolia voltar para me encher o coração com o Outono que sempre foi meu aconchego…
Esqueço os momentos que me iluminaram os caminhos de solidão e de novo volto a trilhar as estradas de uma dor por entender…
Visto-me de penas e magoas para sentir que não esqueci, mas que de tudo o que foi e o que não foi, resta uma saudade e um doce sentir…
Despedi-me de um amor que se fez melodia numa canção, tocada nas pontas dos dedos e deixo o pensamento tocar baixinho o ritmo de um adeus…
O olhar prende-se no horizonte onde o sol se põe e na areia quente de um verão que se acaba, recebo do mar calmo, a certeza de um novo amanhecer… e com ele, uma nova esperança e quem sabe… um novo sorriso!
Percorro os caminhos que minha alma traçou, procurando os sinais que me fizeram acreditar, que eram ladrilhados de sorrisos…
Sigo-os tentando perceber porque me parecem tão vazios, pois eram ladeados de sonhos e feitos de horizontes mágicos…
Lembro dos momentos em que as lágrimas foram chuva miudinha e os sorrisos raios de sol que me aqueceram…
Cada passo era dado com a certeza de não estar só, caminhando na direcção de um pôr-do-sol maravilhoso…
Mas hoje, vejo que os caminhos que a alma traçou foram sempre uma ilusão minha onde as palavras se perderam sem eco…
Foram caminhos de sonho que a realidade pintou de solidão…
E hoje, ao voltar ao seguir esses atalhos para meu coração, sei que na verdade, a alma continua intocada…
Apenas fui e sou…um ser alado, de uma história qualquer, que ficou preso em tuas mãos, na espera de um fim que não teve principio…