Desculpa por cada segundo em que meu pensamento te inventa de novo
Desculpa por cada instante de minha vida em que lembro teu sorriso, que continua iluminando meu dia no rosto dos que passam por mim. Por sentir que estás perto de mim, neste ou naquele olhar que prende minha atenção…
Desculpa por ainda chamar por ti nas horas em que o coração chora, por te abraçar nos sonhos, por te ouvir nas melodias que ritmam minha vida. Por cada eco de silêncio, por cada ausência dorida…
Desculpa por tudo e por nada… Por aquilo que fui e por aquilo que não soube ser mas principalmente por aquilo que sou. Por ser apenas eu e não o que seria sendo eu contigo. Por sentir o que foi esquecido e lembrar o que foi sentido…
Desculpa por não mais te amar, amando-te ainda mais!!
Hoje escrevo para soltar as amarras que me prendem a ti.
Sempre fui um pequeno barco de papel que andou a deriva e se por momentos encontrei a paz no teu abraço, nesse porto seguro onde eu ancorei minha alma, hoje, levanto de novo a ancora e deixo-me arrastar pela maré para um novo horizonte… E volto a navegar sozinha, perdida…
O mar acolhe-me em suas ondas e envolve-me em suas águas onde busco a ausência dos sentidos, o vazio das emoções. Sigo a rota traçada por lágrimas caídas, que ajudaram a salgar o oceano de minha vida e é nesse caminho que espero um dia encontrar a paz de uma saudade… a tranquilidade de um amor que se perdeu…
Abro a alma, como velas estendidas no infinito de um céu escuro. Sinto o vento frio que sopra as lembranças de momentos e enche o pensamento de palavras soltas… Haveria tanto ainda para dizer…tanto para sentir…
Mas hoje, liberto-te deste sentimento que me fez desejar que o céu fosse azul… Mas ele só o é quando assim o quer e se por um instante soubeste ser pintor na tela que te ofereci, hoje tudo não passa de um quadro onde as cores vão desbotando com o tempo que marca o compasso de tua ausência…
Hoje escrevo para soltar as amarras que me prendem a ti.
Eu sei que não é fácil navegar contra a maré, nem contra aquilo que o coração sente. Sei que o pensamento vai e vem como as marés, trazendo a praia dos meus sentidos tudo aquilo que foste, és e serás para mim. Sei que cada onda virá morrer aos meus pés, trazendo um pouco de ti e aumentando a saudade que deixas… Sei…
Mas sei também que um dia, irás lembrar de um pequeno barco de papel que se prendeu em teu abraço e fez de tua alma seu porto de abrigo… Que um dia, com o olhar perdido no horizonte de um mar qualquer, irás sentir saudade de um sorriso… E sei, que por um instante que seja, irás sentir minha falta.
E quando sentires que se perdeu algo no tempo, então vais perceber que soltei as amarras que me prendiam a ti… e que o mar não é mais que o guardião das saudades que sente uma alma pequena que se encontrou para de novo se perder!