s Houve dias em minha vida, que foram dias de sorrisos e que por uma magia qualquer, se gravaram na alma, no pensamento e em cada sonho que me visita nas noites escuras…
Houve dias em minha vida, que foram gestos sentidos, não só no leve toque dos lábios que se beijam, das mãos que acarinham mas também na doçura de um olhar que se prendeu no infinito…
Houve dias…e houve vida!
Houve dias em minha vida, em que cada pensamento tinha um nome para chamar, um murmúrio de saudade, um eco que respondia ao apelo dos sentidos e uma ausência para gritar…
Houve dias em minha vida, em que cada lágrima tinha um sentido bonito, uma dor gostosa, uma lembrança de momentos e de instantes que ainda hoje permanecem no coração…
Houve dias…e houve vida!
Há dias em minha vida, em que cada olhar se perde no horizonte de um mar, numa espera infinita de algo que não volta, de um passado que se foi e que não se esquece, mas que se espera como futuro…
Há dias em minha vida, em que o sorriso não é mais que o esconderijo sentido, de uma lágrima que teima em cair no silêncio de uma saudade, que o mar dos sentidos teima em salgar …
Há dias… e não há vida!
Há dias em minha vida, em que o pensamento voa, pelos caminhos traçados nas rotas onde o coração se prendeu, e como uma gaivota cansada, se deixa afogar nas ondas das sensações perdidas….
Há dias em minha vida, em que a solidão não é mais que um coração que bate por algo que ficou preso no tempo e em que a alma chora tudo aquilo que foi, não foi e poderia ter sido…
Há dias… houve dias…não há vida…mas houve vida!!
Como uma doce brisa que sopra num dia de verão, acaricias minha alma nesta saudade infinita que sinto. Levas meu pensamento para momentos que não se esquecem, instantes que perduram no tempo e que se fizeram magia…
Como as folhas caídas deste meu Outono, que giram ao sabor do vento, pintando a
vida de cores quentes, cada lembrança tua, baila ao ritmo do coração que ainda bate por ti, rodopiando, numa valsa sem fim, as imagens e os sons do carinho partilhado… enchendo de cor esta minha solidão…
Como um raio de sol que nasce pela manhã para alegrar o dia que se anuncia cinzento, tuas palavras ecoam em meus ouvidos e aquecem a dor que me deixaste. Cada sentido que despertou, ao som dos poemas tocados nas palavras ditas muitas vezes em silêncio, acorda de novo na falta que me fazes…
Cada sorriso contem um pouco do teu e cada lágrima guarda o sabor de teu beijo. Estás aqui, no pensamento que te traz até mim, no coração que bate descompassado, nos sentidos que te inventam em mim e na alma que se entregou e se perdeu para se reencontrar em ti…
Cada segundo, não é mais que um segundo sem ti… E como me fazes falta!!!
Dá-me tua mão… Vem comigo, deixa-te levar para meu sonho.
Vem devagarinho, sem pressa… descobre nas pontas de teus dedos os segredos que guarda minha alma. Deixa que as palavras sejam ditas no sopro de tua respiração, no aroma de tua pele… Fala nos teus gestos, aquilo que sentes, aquilo que queres e desejas. Desvende meus segredos, vela minhas noites e guia-me nos caminhos da entrega…
Dá-me tua mão… Deixa-te prender no abraço de meu corpo. Nos braços que te envolvem no carrinho de um sentimento tão bonito. Sente nos lábios o sabor de um beijo doce… a carícia suave da língua que te fala em silêncio do desejo. Nas bocas que se unem, nos sabores que se misturem… Beija… Beija mais uma e outra vez… e outra vez … infinitamente!
Dá-me tua mão…Procura nas curvas que segues com as mãos, os prazeres que provocas, as sensações que despertam…Prende teu olhar no gemido que se faz sentir no olhar. Escuta o silencio que os sentidos gritam… as palavras que ecoam nas batidas ritmadas do coração. Prova o sabor da pele que se arrepia, da boca que beija, do corpo que se faz teu...
Dá-me tua mão… Soltas as amarras da realidade, entra no sonho onde te invento a cada sorriso, em cada sentido… em todas as sensações que provocas. Vem comigo para este mundo que não é mais que o meu sentir…
Dá-me tua mão… e vem… vem simplesmente amar!