Meu pensamento voando,
Sem rumo vai viajando,
Faz viagem de encantar,
Conhece um ou outro amigo,
Mas por falta de porto de abrigo
Volta sempre ao mesmo lugar;
Depois fica a recordar
Gente e lugares que conheceu
Normas e métodos de vida,
Alberga nele saudades
Daquilo que só ele viu
Traz-me a mente enriquecida.
Que graça tem o meu pensamento
Vagueando sem ter paragem,
Transpondo qualquer barreira,
Tudo isto ele faz,
Mesmo sentindo-se incapaz
De sair da minha beira!
Celeste Maia
O tempo, é como a areia. Pegamos nele para o aproveitar ao maximo, mas ele foge-nos entre os dedos. Preciso de tempo!!!
As vezes, sem nos darmos conta, queremos que o tempo corra, quando na verdade era bem melhor que andasse devagar. Queria ter tempo!!!
Queria que o fim de semana fosse de novo agora, e de novo estar perdida nas margens daquele rio. Estar novamente naquele lugar, que este fim de semana, tinha cheiro a uva, vinho doce, broa quentinha... Volta tempo!!!
Quantos sorrisos encontrei? Não tem conta!! Como pode aquela gente, cansada de trabalhar, estar permanentemente com um sorriso nos labio? Boa gente!!
Se pedi ao tempo para parar e este não parou...agora peço que corra veloz e me leve de novo para aquela terra que tanto gosto e para aquela gente que adoro...
Três palavras que mexem com sentimentos e podem alterar o rumo de uma vida...
É preciso pensar bem nas palavras que dizemos...
De todas as palavras, esta é a que nos faz tremer sem ter frio, sonhar sem dormir...
É de todas, a mais sentida, a mais desejada!
Ela sozinha faz um coração bater mais rapido e até pode fazê-lo parar...
Pode dar felicidade ou pelo contrario, imensa tristeza...
É sem duvida uma palavra magnifica!!!
Meu amigo
Não me perguntes porque te escolhi
Entre tantas outras pessoas
Aparentemente tão mais próximas do que tu!...
Não me perguntes
Como nasceu tamanha sintonia interior
Tão grande afeição e carinho
Tanta ternura e dedicação
Não me perguntes
Como posso sentir a nossa amizade
De forma tão forte e profunda
Tão profunda que até a ti te confunde!...
Não me perguntes porque foste eleito uma das pessoas mais lindas
Da minha vida,
Alguém tão especial, tão querido, tão dentro!...
Não me perguntes
Como foi possível descobrir a pessoa que és
Tão rapidamente
E encontrar «alguém»
Que até para ti é desconhecido!...
Não me digas que exagero!...
Não me digas que não é bem assim!
Não me digas que não és a pessoa que eu «conheço» e amo!
Diz-me
apenas
Que também és meu amigo,
Mesmo que não saibas viver esta amizade
Com a mesma intensidade!!...
Ok?...
Anónimo
Aqui sozinha, sem nada para fazer ou melhor dizendo, sem vontade de fazer nada, deixo a memoria voar para longe.
Voo para um ano qualquer de minha infância.
Sinto o cheiro do lilás. Adoro lilás!
As moradias que circundavam nossa «citée» estavam floridas com aquela flor tão bonita eram de várias cores aquelas ruas pareciam uma tela colorida com o lilás exalando seu doce perfume.
Como sempre, um conjunto de miúdos, sempre liderados pelas «manas» faziam uma inspecção aquelas arvores floridas e colhiam todas aquelas que se atreviam a passar o muro ou a vedação de quem pertenciam
Perdia-me no seu perfume e na sua beleza, principalmente no lilás branco!
Voltávamos com os braços cheios de ramos coloridos, que nos dificultava a visão e fazia sempre, inevitavelmente um de nos tropeçar e cair o que levantava claro esta a risada geral. Já se fazia apostas em quem cairia com seu ramo naquele dia!!! Ramos enormes que nossos pequenos braços tinham dificuldades em segurar.
Já tínhamos uma boa freguesia para nos comprar uns raminhos. Não pedíamos muito o suficiente para um doce que ao fim eram partilhados pela cachopada toda. Não me lembra de um bolo me saber tão bem como naquela altura.
Claro que isto era um segredo ai de nos se nossos pais soubesse que recebíamos dinheiro pelos ramos!!!
Quantos piqueniques fizemos, sentados na relva debaixo de um pinheiro, que sempre foi nosso guarda-sol.
Todos os anos repetia-se a venda do lilás
Tempo de sorrisos, gargalhadas bem sonoras, gritos de alegria mil e uma brincadeira e segredos partilhados.
Hoje cheira-me a lilás !!
Escrevi e apaguei não sei quantas vez... Não consigo pôr nas minhas palavras a dor de te ter perdido. Teria talvez de inventar algumas, mas sinceramente, não acredito que seja capaz disso. Doi tanto!!
Ontem chegou a noticia que finalmente tinha nascido teu filho: Théo Freddy. Dizem que é parecido contigo! Ainda bem! Uma parte de ti esta e estara sempre com ele assim como está em nos.
Hoje, és a estrela mais brilhante do firmamento, que nos guia dia a após dia com sua luz... Estas vivo nas nossas memorias e renasces de novo naquele pequeno anjinho a quem terias chamado filho.
Saudades de ti meu querido Freddy.
Ao meu sobrinho
A ti meu amigo, que hoje encontrei por acaso, perdido no meio da multidão...
que com mil palavras partilhadas fizeste meu dia parecer mais bonito...
que com carinho me embalaste nas asas do tempo...
e feito anjo estiveste comigo, aturando meus disparates...
A ti que talvez não volto a encontrar...
Deixo-te aqui um anjinho azul para te acompanhar e guardar em cada novo amanhecer.
Obrigada!
Uma lagrima cai sem fazer ruido. Não tenho como a parar. Cai devagarinho, mas no seu cair, leva bocadinhos do meu coração... Ou sera que é o coração que se desfaz numa lagrima?
Não conhecia a dor de um coração magoado...
Oxala ninguem mais a sinta, porque ela doi demais...
Por isso deixo a lagrima correr sem se quer a limpar. Talvez assim o coração não sofra tanto...
Talvez...
Chuva
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na historia
Da historia da gente
E outros de quem nem o nome
Lembramos ouvir
São emoções que dão vida
Á saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder
Há dias que marcam a alma
E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Ñão posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai, meu choro de moça perdida
Gritava á cidade
Que o fogo do amor sob a chuva
Á instantes morrera
Achuva ouviu e calou
Meu segredo a cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade.
Mariza
Há muita coisa espalhada pela natureza que me desperta para um mundo de sensações, de sonhos...
Estas, são duas delas...
Papoilas, flor da minha alma, vermelha ou branca, flor sempre singela que se deixa embalar pelo vento...
Chuva... Lagrimas... Lava a terra, lava a alma...
Se houver alguma coisa que possa despertar um sorriso...porque não usa-la?
Se por alguma razão conseguir esse sorriso...já tera valido a pena estar aqui.
O relógio marca a hora
Da chegada e da partida
Amor não te vás embora
Não tolero a despedida
Só eu sei quanto te quero
Amar-te não é segredo
O meu amor é sincero
De te perder tenho medo
Fica comigo te peço
Não me dês desilusão
Se não és o que mereço
Maldito o meu coração
Amar-te-ei loucamente
Tu podes acreditar
Eu juro solenemente
Que nasci para te amar
Sonhar...Amar...Dormir...
Dormir...Sonhar...Amar...
Amar...Dormir...Sonhar...
Não importa a ordem...sera sempre bom demais!!!
Há dias em que não se devia acordar...
Era tão bom poder ficar na cama, dormir e sonhar, e não ter de se levantar e levar com um dia triste logo ao primeiro olhar. Mas a vida é assim mesmo e não nos facilita o tempo.
Temos que apesar de tudo, levantar e fazer com que o dia valha a pena...mas á que custo!!!
Alguém procuro
no horizonte escuro,
que me deseje e compreenda,
sem querer dar emenda
áquilo que meu corpo herdou
e me ame como sou,
tolerando meus defeitos
amando minhas vitudes.
Alguém procuro que alimente
minha paixão pela vida,
minha alma de poeta, ardente,
em doces lamentos perdida...
Alguém procuro que ajude
a entender meu sentimento,
boémio e ardente e confuso,
a tudo igual, de tudo diferente.
Alguém procuro que sinta
a beleza de amar e viver
as coisas boas e más da vida
em desafios que agrada ter.
Alguém procuro, até que encontre,
para viver paixão constante,
intensa e única e verdadeira
como naquela vez primeira.
António Eco
Acredito que em algum lugar, há alguém que vela por mim... Sei que um anjo, sem asas, esta sempre presente, dando-me sua mão sempre que a vida me pareça triste e sem sentido... As vezes quando ouço o vento soprar, tenho a sensação de ouvir chamar... hoje eu sei que é esse anjo que num murmurio, diz meu nome baixinho para que nunca mais me sinta só... Todos nos temos um anjo, sempre a nosso lado. Eu tive sorte... encontrei o meu!
O que são palavras?
De que boca saíram e em que ouvido irão morrer?
Algumas destinadas aos corações acabam perdidas no vento, outras morrem nos lábios de quem as querem pronunciar.
Ás vezes magoam, umas sem querer e outras com tanta violência que podem mesmo matar.
No entanto, ás vezes são capazes de reconfortar, acarinhar e devolver a vida de quem espera por elas.
Eu conheço duas palavras, as mais bonitas do dicionário! Elas enchem os corações de alegria e as almas de paz. São flores a desabrochar na primavera, doce caricia do sol quente de verão, nostalgia dos tons amarelos-alaranjados do outono e são o silêncio e a paz da neve tão querida da minha infância.
A primeira, que me deu vida: AMOR...
É cheia de carinho, de felicidade, de paixão. Amor pela minha familia, por meu filho, luz de minha vida, razão do meu viver e...amor por meus amigo. Amigos que me levam a segunda palavra: AMIZADE.
Quem disser que vive sem amizade é porque não sabe que já está morto. Viver sem sorrisos, sem palavras de carinho, sem uma mão amiga, é impossível!
Para mim é impensável e até insustentável a ideia de viver sem ela.
Mais... eu nem preciso de as ouvir, basta-me senti-las. E podem querer as sinto cada brisa suave que me beija a face, em cada pingo de chuva que canta melodias de saudades, em cada olhar de carinho e em cada sorriso de todos aqueles que eu amo...
Ao amanhecer descobrirás que tens uma vida para viver, ao anoitecer descobrirás que tens outra para sonhar! Faz da vida o teu dia e do sonho a realidade!
AMIGOS são anjos que nos deixam em pé quando as nossas asas têm problemas a lembrarem-se de como voar!!
Outrora meu amigo, meu companheiro.
Os dias passavam ao sabor de minha vontade, as vezes calmo, outras nem tanto.
Sempre presente e sempre bom conselheiro.
Fazíamos tudo juntos: passeios a beira mar, convívio com os amigos, perdíamos horas na leitura de um bom livro ou até mesmo a não fazer nada. Estivesse chuva ou sol, nada nos impedia de dizer óla a quem eu trago no coração.
...Sim, era meu amigo!!
Mas agora tudo esta diferente. De amigo passou a inimigo e quase não me deixa respirar.
Sempre com pressa, passa a correr, levando-me nas suas asas. Não sei como lutar contra esta força e por mais que eu queiraparar, não consigo deixar de voar, agarrada a estes ponteiros que nunca param de girar.
De repente tudo acabou. Já não há livros com a palavra fim, nem areia quente debaixo dos meus pés. Já não há tempo!!!
No entanto, por mais veloz que ele seja, nunca conseguira apagar do meu coração os amigos. E sempre que ele parar para tomar fôlego aqui estarei eu a gritar aos quatro ventos a palavra AMIZADE.
E EM CADA GRITO ESTARÁ TEU NOME!
Os lábios tocam-se, roçam,
molham-se carnosos, sofregam,
sorvem a saliva do outro
e provam o sabor um noutro.
A língua sabe a quente e entra,
por dentro e também por fora
por baixo e também por cima,
arde em vontade que queima!
Os dentes tocam de leve, mordem
suavemente os grossos lábios,
os de baixo, que logo surgem
dentro doutra boca, esguios,
sugados dum lado ao outro,
por baixo e por cima agora
por dentro e também por fora
- é bom!, sabe sempre a pouco!
A língua vê-se mordida,
não reage, surpreendida,
goza o gosto da saliva
doutro, que ternamente a beija...
Tocam-se quentes as línguas,
molhadas, violentas,
fustigam ardentes as bocas
em vontade crescente! Loucas!
As línguas sugam-se, aqui e além,
perdidas de ardor e ritmo
em movimentos de vai-e-vem,
ardendo de lascivo mimo.
Caiem, desfalecidas,
sem resistir, sem se mover,
alegres, fogosas e rendidas
á doce vontade de amar.
António Eco