A noite caiu, silenciosa, como caiem as folhas no Outono, sem um único som de desespero ou de dor. Foi afastando a luz do sol e hoje, nem o luar colocou para iluminar a terra e guiar meus passos. Caiu a noite, devagarinho sem eu dar por ela .
A escuridão envolveu-me no seu manto escuro e frio. Prendeu-me nas muralhas da solidão e do silêncio. Sinto um arrepio na alma, um sentimento de pânico aperta-me um coração, estou só!
Sinto-me vazia
Está noite sou apenas nada
Alma vazia, despejada de emoção
Só o coração teima em bater, dizendo a cada instante para não ter medo. Coração que ainda sonha com o teu beijo
Um beijo doce com sabor de desejo na pele
Olho o céu pela janela, procuro estrelas mas, não vejo nenhuma. Espreito o relógio, até aí o tempo está imóvel. Os ponteiros esqueceram o tic-tac e partilham a mesma ausência na qual me deixaram
Sinto-me parada no tempo! Sinto-me tão só esta noite
Até as sombras projectadas nas paredes perderam a magia de se transformarem
Que estranho abismo onde me deixo cair, sem dor, sem esperança
Apenas um nada!!
Está tudo tão calmo, tão parado
A natureza pareça suster a respiração na espera de algum acontecimento
Cheira a chuva
Ouvi falar em trovoada
Quem dera que fosse mesmo. Ver a natureza revoltada, enchendo a noite de trovões, quebrando o silencio que me faz companhia e rasgando o céu com raios, iluminando as sombras que me prendem num abraço apertado, seria bem melhor que esta quietude onde meu coração bate quase sem bater